quinta-feira, 25 de novembro de 2010

39- Resumo de trabalhos sobre glicotoxinas na jornada de Geriatria e Gerontologia


ISSN 2179-0272
II Jornada Alagoana de Geriatria e Gerontologia, Maceió/AL, Novembro de 2010.
ASSOCIAÇÃO ENTRE GLICOTOXINAS DIETÉTICAS, ARTRITE REUMATÓIDE E ENVELHECIMENTO
Da Silva RCC, De Melo AS, Amaral MMLS, Silva EBO
INTRODUÇÃO: No envelhecimento mudanças orgânicas dependem do dano oxidativo, glicação não-enzimática, mutações mitocondriais, defeitos no ciclo de controle celular, desregulação celular e instabilidade genômica. Mediado-res inflamatórios como IL-1, TNF-α, IL-6, IL-8, RANTES e MMP-3 são respon-sáveis por doenças no envelhecimento, como a artrite reumatóide. A artrite reumatóide é a mais frequente doença inflamatória crônica sistêmica. Carac-teriza-se por sinovite crônica, simétrica e erosiva principalmente nas articula-ções periféricas, com etiologia auto-imune. Representa alto custo anual, sen-do a principal causa de incapacidade física e apresentando consequências na capacidade funcional e qualidade de vida. Glicotoxinas, denominados AGEs, são compostos heterogêneos pró-oxidantes e pró-inflamatórios, formados por interações aminocarbonílicas, sendo reconhecidos por receptores de AGEs celulares (RAGE), responsáveis por estimular NFkB, ROS e RAGE e a produ-ção de IL-1, TNF-α, IL-6, IL-8. Sua formação pode ser endógena e exógena, cuja principal fonte deste é a dieta. Fritar, assar e grelhar aceleram a forma-ção de AGEs, comparados ao cozimento em solução aquosa ou a vapor. A absorção de AGEs dietéticos varia entre 10 a 80% e uma refeição rica em AGEs aumenta seu pool endógeno. O AGE pentosidina, mostrou-se aumen-tado no plasma e fluido sinovial em pacientes com artrite reumatóide, cujos níveis correlacionam-se com a atividade da doença e marcadores do estresse oxidativo. Reduzidos níveis de RAGE encontram-se na artrite reumatóide, refletindo a hiperatividade ligante-RAGE na inflamação. Sua sinalização resul-ta da geração de ROS e citocinas pró-inflamatórias como TNF-α, sendo o estresse oxidativo local e sistêmico dirigido por seu estímulo na artrite reuma-tóide. OBJETIVOS: investigar a relação entre AGEs e artrite reumatóide no envelhecimento. MÉTODOS: Revisão de literatura nas bases de dados Perió-dicos CAPES, PubMed e ScienceDirect. Palavras-chave: ageing, rheumatoid arthritis e glycation. RESULTADOS: A glicação correlaciona-se ao envelhe-cimento, deteriorando estrutural e funcionalmente as proteínas teciduais. A ingestão crônica de AGEs aumenta estresse oxidativo e inflamação envolvi-dos na artrite reumatóide. Em animais uma redução de 50% de AGEs dietéti-cos associou-se a redução do estresse oxidativo e aumento da expectativa de vida. CONCLUSÃO: Deve-se estimular o consumo de alimentos com reduzi-do conteúdo de AGEs associados a anti-glicantes dietéticos na prevenção da artrite reumatóide e um envelhecimento saudável.
DESCRITORES: envelhecimento; artrite reumatóide; produtos de glicação avançada.

ISSN 2179-0272
II Jornada Alagoana de Geriatria e Gerontologia, Maceió/AL, Novembro de 2010.
EFEITO DE GLICOTOXINAS DIETÉTICAS DURANTE O ENVELHE-CIMENTO
Da Silva RCC, Lira DGD
INTRODUÇÃO: O envelhecimento é o conjunto de fenômenos que alteram gradualmente as funções das células, tecidos e órgãos, ocorrendo mudanças orgânicas que dependem do dano oxidativo, glicação não-enzimática, muta-ções mitocondriais, defeitos no ciclo de controle celular, desregulação celular, instabilidade genômica, alterações na síntese de proteínas e outras patologi-as cromossomais. A glicação é uma interação aminocarbonílica não-enzimática que resulta na formação de glicotoxinas dietéticas/AGEs – advanced glycation endproducts, com propriedades pró-oxidantes e pró-inflamatórias, endógena e exogenamente, sendo a principal fonte deste, a dieta. AGEs afetam propriedades bioquímicas e físicas de estruturas biológicas como componentes da matriz extracelular como fibronectina, laminina, elastina e colágeno, uma proteína de vida longa, formando ligações cruzadas com estas durante o envelhecimento natural. As alterações incluem carga, hidrofobicidade, turnover e elasticidade do colágeno, além de propriedades pró-inflamatórias, permeabilidade e adesão celular da matriz extracelular. O acúmulo de AGEs altera a estrutura e as propriedades biomecânicas da pele como rigidez e elasticidade, promove mudanças nas propriedades do colágeno e a geração de ROS. A absorção dietética de AGEs varia entre 60-80% e contribui para seu pool endógeno. O envelhecimento é acompanhado por um progressivo aumento dos AGEs em proteínas de turnover lento. Ligações cruzadas de proteínas de longa-vida mediadas por AGEs contribuem para o declínio da função celular e de tecidos. OBJETIVOS: Descrever a atuação de glicotoxinas dietéticas durante o processo de envelhecimento. MÉTODOS: Revisão de literatura na base de dados Periódicos CAPES; palavras-chave ageing, glycation, AGEs. RESUL-TADOS: AGEs são deletérios por seu papel em processos celulares e eventos de sinalização, especialmente na resposta ao estresse oxidativo, promovendo danos associados a oxidação de açúcares e produtos de Amadori, na formação de ROS e indução de processo inflamatório pela liberação de citocinas, além de estresse oxidativo através da ligação com RAGE, ocorrendo possivelmente através da via de sinalização oxidativa ou internalização de AGEs. CONCLUSÃO: Deve-se enfatizar a promoção da saúde em idosos e estimular o consumo de alimentos com reduzido conteúdo de AGEs associados a antioxidantes/anti-glicantes dietéticos, a fim de limitar o dano oxidativo e inflamatório tecidual no envelhecimento, melhorando a qualidade de vida e retardando a progressão de doenças.
DESCRITORES: envelhecimento, gerontologia, produtos de glicação avançada.