sábado, 20 de fevereiro de 2010

Resumo: PRODUTOS DE GLICAÇÃO AVANÇADA E A DOENÇA DE ALZHEIMER


A Doença de Alzheimer (DA) é a desordem neurodegenerativa associada à idade mais comum, considerada como a principal causa de demência, que afeta uma proporção crescente da população idosa (WONG et al., 2001; GUIMERÀ; GIRONÉS; CRUZ-SÁNCHEZ, 2002; LUTH et al., 2005; LAFERLA; GREEN; ODDO, 2007).

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Alagoas, 2009, por EMANUELLE CRISTINA LINS BASTOS, orientado por LUCI TOJAL e SEARA.


RESUMO:
A Doença de Alzheimer (DA) é a mais comum desordem neurodegenerativa associada à idade e está ligada a ocorrência de placas amiloides e emaranhados neurofibrilares, compostos, respectivamente, pelo peptídeo β-amilóide e proteína Tau. Estes componentes protéicos, por serem de alta longevidade, são frequentemente modificados pelos produtos finais de glicação avançada, AGEs. Esta revisão tem como objetivo avaliar a relação entre os AGEs e a Doença de Alzheimer. Para tanto, foram realizados levantamentos em bancos de dados de publicações da área, nos últimos 15 anos, considerando-se artigos de revisão, estudos clínicos e experimentais. A glicação de proteínas tem sido apontada como fator primário nos eventos que levam a patogênese da DA. Os AGEs atuam na aceleração da formação e deposição da placa senil e na glicação da proteína Tau, levando a formação dos emaranhados neurofibrilares. Além disso, estão relacionados a fatores pró-inflamatórios e pró-oxidativos, através de sua interação com o receptor específico (RAGE) e consequente estresse oxidativo. O Diabetes Mellitus é considerado outro fator de risco para o desenvolvimento e progressão da DA, devido ao estado hiperglicêmico contínuo, que leva a geração de AGEs. A dieta parece contribuir no desenvolvimento da DA devido ao seu papel na indução do estresse oxidativo e na formação endógena de AGEs. Eles são gerados durante todos os tipos de cozimento e seus níveis aumentam com a intensidade e extensão do tratamento térmico. Os AGEs ingeridos são absorvidos, somando-se aos endógenos no surgimento e na progressão da DA. É possível afirmar que uma dieta pobre em produtos de glicação e rica em vitaminas e antioxidantes são eficazes no retardo da progressão da doença. Atualmente, existem divergências no que diz respeito às fontes dietéticas de AGEs, sendo importante a realização de mais estudos relacionados a este tema. A tendência atual da pesquisa científica é ampliar o estudo dos mecanismos envolvidos na geração de AGEs e das propriedades anti-glicantes de compostos presentes nos alimentos como conduta terapêutica, concorrendo para a melhoria da qualidade de vida dos portadores dessa enfermidade.




No vídeo observa-se os microtúbulos e a proteína TAU formando os amaranhados neurofibrilares.

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